A Vida Como Ela Era...
O preço da Paternidade
Os fatos narrados se deram no final de outubro/1.404, no mesmo dia da manifestação de Dante Alighieri, seguido do desfalecimento de Eleonora/Pietro. A esposa mais nova de Abdul, Bahiya Malika, está próximo do 2o. trimestre de gestação de seu primogênito.
Cenário:
Por volta das 19:00h, Abdul retorna para casa após mais um fatídico dia na Santa Croce. Preocupado com o futuro incerto de Florença, considerando seriamente a hipótese de refugiar sua família no Oriente, quando é surpreendido por Alima Sammena, sua filha mais velha, no portão de casa.
Alima Sameena – Papaaai!
Abdul − Boa noite, minha riqueza. (abraça filha longamente).
Alima Sameena − Demorou muito, papai.
Abdul − Seu pai estava trabalhando.
Alima Sameena − Mamãããe, papai chegou! Vamos papai. Eu tô com fome.
(agarra a mão do pai e tenta arrastá-lo para dentro de casa)
Bahiya Malika – Salam Alaikum.
Abdul − Waalaikum salaam, minha romãzeira da Toscana.
Bahiya Malika − Como vai meu sultão?
Abdul − O que você quer? (secamente).
Bahiya Malika − Como assim?
Abdul − Você só me chama de “meu sultão” quando quer alguma coisa.
Bahiya Malika − Bismillah! É esse o conceito que meu marido tem de mim?
Abdul – Então, você não quer nada...
Bahiya Malika – Agora, nem sei se quero falar sobre isso. Eu apenas estava preocupada com o nosso lar, tentando fazer de nossa casa um ambiente mais aconchegante para nosso nenenzinho. Mas se meu marido não se importa com... (disse acariciando amavelmente seu volumoso abdome).
Abdul − Quanto me custaria deixar nosso lar mais “aconchegante”?
Bahiya Malika − Bismillah! É só nisso que você pensa.
Abdul (Olha para Bahiya com cara de “quem comeu e não gostou”).
Bahiya Malika − Cinco almofadas maravilhosas e quatro poltronas por apenas cinco florins de prata.
Abdul − Cinco florins de prata!? Do que é feito estas tais almofadas? De ouro?
Bahiya Malika − Só alguns fios.
Abdul − Allah (swt) me ajude, onde vou arranjar todo esse dinheiro?
Bahiya Malika − Nossa sala ia ficar tão bonita...
Abdul – Mas por esse preço!?
Bahiya Malika − Eu iria ficar tão feliz se você concordasse... (Voz suplicante).
Abdul − O que Amineh pensa disso?
Bahiya Malika − Ela também quer. (Olhar esperançoso).
Abdul − Tudo bem. Mas vou ter que trabalhar o dobro para pagar por tudo isso. Não reclamem quando eu chegar tarde da loja.
Bahiya Malika − Obrigada, querido!! É pro nosso neném...
Abdul − Que neném caro!
Bahiya Malika − Estarão prontas em dois dias. (Risos).
Abdul − Nossa, que rapidez.
Bahiya Malika − É que foram encomendadas mês passado.
Abdul − Como assim? E se eu não tivesse concordado?
Bahiya Malika − Por que o senhor, meu marido, não haveria de concordar? (risos) Vamos logo, vá se lavar que Amineh já está terminando de por a mesa do jantar.
Abdul − Bismillah! Allah (swt), me ajude. Bismillah!
2 comentários:
Doutor Hugo!!!
Seus diálogos continuam brilhantemente engraçados! Como adepto da paternidade, confirmo o cansaço do Abdul!
Dois pontos garantidos, e obrigado pelo brinde do texto!
Grande Diego,
Obrigado pelo seu comentário.
Com 4 esposas e quase 25 filhos, Abdul é quase um herói. Hehehehe
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