Valentina acreditava estar pronta, mas todos nós sabíamos
de todo o caos que viria a Florença. Tive que explicar novamente a necessidade
de ela estar em Eska, continuar aprimorando seus dons e ajudar a proteger o
nosso Cray. Logo ela percebeu que as águas do mar estavam mais escuras e as
tempestades mais fortes em Kupala.
Em Florença, nossa Cabala estava se preparando para
a chegada do Profeta. Sabíamos que faltariam alguns anos a serem derramados,
mas teríamos que cuidar para que sangue não fosse desperdiçado. Enquanto isso,
permanecia em minha cidade, longe de Heráclito.
Vale ainda conversava comigo, agora, mais madura e
conhecedora de seus poderes. Era uma criança quando lhe foi atribuído o poder
da magia. Não compreendia como tal poderes pudessem ser destinados a uma
pequena tão inexperiente em nosso mundo.
Sempre que podíamos, fazia o mesmo passeio que Srª
Ausra fazia comigo, quando mais nova. A via cada vez mais forte, crescendo e me
enchendo de orgulho. Minha filha.
Tinha uns dias em lua nova, que ela perguntava-me sobre
sua outra mãe, mas fiz questão de apagar da memória, ainda pequena de todo o
trauma que a causou.
Imagine, sua mãe, morrendo pelo fogo por sua culpa.
Nenhuma pessoa suportaria passar pelo o que eu passei. Faria de tudo. Inclusive
me precavi com uma magia própria chamada: Proteção da memória obscura, na
qual para obter esta informação, teria que ser alguém que pudesse ler minha
alma.
Aquilo era algo que deveria preservar de sua
memória e de sua vida. Ela já possui um desvio de comportamento devido sua
rebeldia nata, imagina se soubesse o que lhe havia acontecido...
A única informação que Vale sabia, era que ela
havia sido morta e que eu a achei durante uma perseguição entre a Inquisição e
outros Magis de minha Cabala, ela assim o acreditou e fazia de tudo, para que
percebesse o quanto tinha confiança e gratidão por mim.
2 comentários:
Muito bacana!
Achei bem Verbena a forma como lidou com os traumas de Valentina...
:-)
Hugo Marcelo
Valeu Hugão!
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