27 de março de 2012

Svetlana Olen ¥ Cap. 39 – Terra

Meditação Svetlana: treino de tentativa de controle da terra.

Terra, símbolo de Gaia, de vida.



Aquilo que nela tudo nasce, flori. 

Aquela que proporciona cor, sabor e cheiro, mas que não me permite dominá-la.

Foi em uma brincadeira após meu pai ter decidido começar produzir lã de seda, e que necessitava das folhas das amoras para alimentar seus vermes, que passei a me interessar por ela.



A terra seca, de cor marrom escura, não me permitia desviar, assim como a água ou o ar, mas consentia-me conversar e alimentar todos àqueles que estão atrelados à ele.

As folhagens das árvores cada vez mais vistosas, brilhosas, as amoras negras tentadoras e apetitosas para a alimentação dos bichinhos de meu pai. Que não param de crescer e produzir seda para a sua alegria.



Em um breve tocar em uma área fora da cidade de Florença que comecei a conversar com as árvores através a terra. Conseguia banir ervas que prejudicassem a lavoura de meu pai, mas também a passagem de água fresca pelo seu terreno.

Um dos despertos tentou introduzir uma praga na nossa plantação, mas retribui com praga de grilos e murchando todas as outras para que não houvesse mais problemas. Conservei com as plantas e elas me entenderam...

Ainda não entendi o motivo da Terra não me compreender. Não me obedecer. Há certa impenetrabilidade e me sinto incapaz de movê-la, mesmo sabendo que poderia mexe-la com a força do ar, ou a potência da água sob ela.

Ainda é um mistério que terei de desvencilhar, já que ela não me permite conversar...



Mau-humorada como deve ser o Daemon de Aurora. Talves seja por isso que é assim, tão irredutível...

2 comentários:

Hugo Marcelo disse...

Oi Camila,

Muito legal esse texto.
A mãe Terra é temperamental.

Hugo Marcelo

dklautau disse...

Gostei muito da diferença entre forças, vida e matéria na atuação da Svetlana. A mãe terra é rocha e ferro, não apenas raízes e grama. Quando ela se mexe, as casas dos homens desabam, ao mesmo tempo em que ela provê o alimento na colheita. Mãe terra, a fecunda origem e a terrível sepultura.