27 de março de 2012

Perseguidores do Vácuo (Exploradores)


Há algo ameaçador e sedutor em relação ao fim de um mapa. "Aqui há Dragões" é um convite para matadores de dragões. Contra os dragões da ignorância e do medo, os Exploradores levantam suas espadas e abrem seus mapas. Para um grupo orgulhoso e bravio, o fim do mapa é o começo da história. 
  
Novas oportunidades sempre estiveram do outro lado da colina. Os primeiros aventureiros, entediados ou desesperados, procuraram por oportunidades. Não é segredo que um homem corajoso o suficiente para cruzar aquilo que não pode ser cruzado torna-se um homem rico. Os fenícios, chineses, egípcios e escandinavos construíram impérios em torno de sua vontade de viajar; conforme o fizeram, seus maiores exploradores descobriram Artes poderosas e transformaram-nas em seu ofício.

Diversas guildas surgiram em cidades portuárias. Embora muitos exploradores e construtores de navios sejam mortais habilidosos, mestres Iluminados preservam o conhecimento descoberto por cada guilda. "Crônicas secretas" uniram mapas e cartas náuticas nos arquivos e foram repassadas para os estudantes e marinheiros mais promissores. Como os Maçônicos, esses primeiros viajantes interpretaram a mágika através de ferramentas e símbolos de sua profissão. As Artes eram definidas como ventos e correntes, a mágika era uma onda; instrumentos como barcos, mapas, bússolas, cordas e lâminas adquiriram importância místika. Um homem ganhava poder sobre um novo lugar ao nomeá-lo; logo a descoberta e o domínio tornaram-se os maiores objetivos dos exploradores.

Como a maioria das sociedades, essas guildas viajantes detinham rivalidades umas com as outras. Quando a Idade das Trevas engoliu Roma, muitas das guildas caíram junto. Diversos comerciantes notáveis da Rota da Seda e uma guilda navegante bizantina preservaram as tradições antigas enquanto acrescentavam novas informações aos seus conhecimentos. Seus métodos e realizações impressionaram os Mestres Celestiais; reconhecendo um objetivo comum, um grupo apoiou o outro na Convenção da Torre Alva. Nasciam os Perseguidores do Vácuo, ou Exploradores.

Agora os Exploradores estão agindo por conta própria. Conforme monarcas mortais procuram novos impérios e comerciantes novos mercados, os Perseguidores têm todo o trabalho de que conseguem se desincumbir. A medida que Naus do Céu partem para as estrelas, os Exploradores atravessam este mundo, descobrindo terras novas e acrescentando-as ao mapa — à sua maneira.

Para esse fim, os Exploradores dividiram-se em sete guildas: os Odisseus se lançam pelas ondas, enquanto os Alexandrinos viajam pela terra. A Ordem do Grau compila mapas e sagas, usando rituais místikos para selar o que foi escrito; seus contemporâneos na Liga de Paulo purgam pecados pagãos, purificam locais corrompidos e levam Jesus para pessoas incivilizadas. Uma guilda de guerreiros de elite, o Pacto Hercúleo, afirma que seus "sete trabalhos" incluem matar monstros e proteger companheiros; sua guilda irmã, a Forja e Vela (ou Licianos), constrói navios, instrumentos e armamentos que auxiliam os outros Perseguidores. Finalmente, os Escribas de Apolo (ou Apolíneos) trabalham ao lado dos Mestres Celestiais, mapeando a Terra e as estrelas.

Como seu nome indica, os Perseguidores do Vácuo são um paradoxo. Embora sejam "Perseguidores" por profissão, eles querem encontrar fatos para serem acrescentados a seus mapas, bestiários e histórias. Embora eles tenham seu nome em razão do vácuo, eles tentam preencher esse vácuo com conhecimento. As motivações dos Exploradores são uma mistura bizarra de ideais grandiosos e princípios venais. Para a Igreja eles "convertem os pagãos"; para os monarcas eles "fundam um Império"; para sua tripulação eles "procuram tesouros"; e para eles mesmos... eles observam. O mundo é conhecível, embora ainda não seja conhecido. Os Perseguidores do Vácuo expandem o mundo ao testemunhá-lo.

Comparados aos seus contemporâneos, esses magi são mundanos, robustos e agressivos. Armado com coragem, ferramentas e alguns truques, o Explorador comum se joga contra a tempestade arrumando seu chapéu e dando um sorriso. As mulheres desmaiam com seus charmes e os homens relatam histórias de suas jornadas com uma mistura de inveja e admiração. A poeira das estradas ou o sal do mar cobrem suas botas, e muitas pessoas gritam "O que há de novo?" quando ele entra numa taverna. Mesmo os estudiosos da Convenção têm um ar ousado — poucos Perseguidores restringem suas aventuras aos papéis. A imagem é importante para um Explorador; mesmo frente ao caos, ele mantém a razão e sorri.
  
Filosofia: Um mundo novo? Mapeie-o. O unícórnio? Cace-o. Os domínios de Prester John? Encontrem-nos. Toda coisa ou lugar novo é um desafio criado por Deus para o homem. Sem aqueles corajosos o bastante para desafiar as trevas, a humanidade tremeria em seu lar, assustada demais para prosperar, pobre demais para sobreviver. Somos os construtores de um Império do Homem.
 
Estilo e Ferramentas: Segredos de dezenas de terras podem ser encontrados nos arquivos da casa de um Explorador. Embora esses Dedaleanos prefiram depender de ferramentas já testadas — canhões, sextantes, mapas e lunetas — eles são pragmáticos o bastante para usar qualquer coisa que funcione. Preces para a vinda da luz do sol, encantos para albatrozes, cânticos para espíritos elementais — tudo que permita ao homem encontrar mistérios e retornar vivo é bom o suficiente para eles. Quando o objetivo é alcançado, mapas e rituais de nomeação acabam com mistérios e tornam a terra mais segura, se não dócil.

Embora a sabedoria popular insista que mulheres a bordo de navios dão azar, muitos Exploradores sabem que não é bem assim. Os elementos do vento e da água muitas vezes exigem o toque de uma mulher, de modo que as "bruxas do mar" são de certo modo favorecidas em muitas embarcações. Essas encantadoras praticam feitiçaria óbvia, mas quando você está sozinho num mar tempestuoso, qualquer vantagem é um benefício.
 
Organização: Todo barco ou expedição funciona como uma casa comandada por um Capitão (ou Magistrado). Numa escala maior casas permanentes ocupam grandes portos ou rotas de caravanas; um conselho de Magistrados e Facilitadores mantém as operações transcorrendo com tranquilidade, muitas vezes com o auxílio de outras Convenções.
 
Maximi: As rivalidades entre a Espanha, a Itália e Portugal fazem com que essas posições se alterem constantemente.
 
Iniciação: Todo novato embarca numa jornada; ele precisa ir a algum lugar ao qual nunca fora antes, retornando com uma lembrança, e relatar suas viagens para a casa à qual deseja juntar-se. Nesse ponto, ele passa por diversos testes. Se ele Despertar durante a viagem, ele passa pelo testes; caso isso não ocorra, torna-se um Irmão. Vale a pena observar que os Perseguidores respeitam seus Irmãos tanto quanto estimam os Resplandecentes; a coragem e o raciocínio valem mais que a Iluminação.
 
Daemon: Animais auspiciosos — albatrozes, águias, andorinhas e cavalos — levam os Perseguidores para caminhos novos e mais seguros.
 
Afinidades: Conexão, Espírito e Água.
 
Seguidores: Marinheiros, cartógrafos, monarcas, caçadores, mercadores, missionários, prostitutas, conquistadores, piratas, esposas e filhos.
 
Conceitos: Explorador corajoso, marinheiro, bruxa do mar, escriba de bestiários, capitão, mergulhador, missionário ou cronista.

   
Estereótipos

Magi do Conselho: Os melhores são conspiradores refinados mas mortíferos; os piores são selvagens descontrolados. Eu encontrei muitos selvagens e sei como lidar com eles.
 
Dedaleanos: Um bom vento às suas costas, mas traiçoeiros como ninguém. Prefiro um observador das estrelas ou um Cosiano a um Vulcano a qualquer hora, e fique de olho nos Membros da Guilda: seus recursos estão à disposição, mas seu preço é um recife. Não dá para dizer o quanto ele irá nos cortar.
 
Infernalistas: Nenhum Inferno pode ser tão quente ou desenfreado quanto as chamas em seus corações.
 
Discrepantes: Companheiros viajantes.

Desauridos: Tempestades ambulantes levando o mal para todos.


 Você é corajoso o bastante para entrar
  
no covil de um dragão e sair com uma de
  
 suas escamas? Aposto que não!
  
  


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