29 de novembro de 2011

Svetlana Olen ¥ Cap. 19 – A dança.

¥ Svetlana Olen ¥ 

Ainda faltavam algumas semanas para chegar a Florença. Apesar da viagem ser sempre a mesma coisa e me cansar das paisagens, tinha a companhia de Bruno enquanto meu pai ia fazer seus contatos de venda.

Uma certa noite, ele disse que precisava resolver um problema e eu cansada de tudo e ter aquele vazio em mim, decidir me sair assim que meu pai dissera que teria um jantar em uma das famílias da cidade de Parma. 

Usei da minha habilidade de se arrumar e passar desapercebida. Homens que caminhavam me informavam a Taverna mais próxima. 

Já fazia frio e as ruas ficavam cada vez escuras mais cedo e sombrias. Hora e momento perfeito para satisfazer a minha vontade. 

Sem perceber, aquilo tudo era somente uma desculpa para Bruno me seguir. Antes de que pudesse abrir a porta, ele me pegava pelos ombros e disse-me:

- “Já não te recordas do que conversamos?” me sorrindo, como se tivesse pego uma criança invadindo uma cozinha e comendo os doces ainda frescos.

Em uma ação inesperada e mais uma força maior me fez responder com um beijo, surpreendendo-o também. 
Ele acabou correspondendo da mesma intensidade, aquecendo aquela noite gelada.

Nos deparamos em seus aposentos do estaleiro embriagados de fervor. Fomos tomados por sensações estranhas e sem noção de como aquilo estava acontecendo. A cada beijo, carícia e prazer sentido visões em nossas cabeças iam se entrelaçando e formavam uma visão projetada dentro de nós. 

Apesar dos tremores fisicos e sentimentos em ritmos frenéticos nos corromper, víamos um ao outro e nossas mentes estavam ligadas. 





Era possivel o ver em um grande campo com pequenas flores vermelhas e selvagens que o traziam a paz de infância. Ele corria e passeava por rios e passava correndo entre as folhas dos chorões próximas a este lugar.


Ele me viu parada, estática ao lado de um imenso abismo de uma grande montanha. Olhava para o horizonte sem parar enquanto o vento balançava os meus cabelos e levava com ele folhas secas para o além mar.




Dentro de mim ecoava um poema feito por mim e que mais tarde seriam repetidos em livros e nas bocas de muitos de minha terra:

“Mojegom w polu mlodziana spostrzegla,
Kilka chwil tylko zeszlo na rozmowie,
Tymczasem wlanek zrosil sie na glowie.”¹

Éramos o oposto, percepções novas e opostas.

Quanto mais a gente se tocava, mais iamos aproximando as duas projeções de nossas imagens. Ao sentarmos juntos e olhando para o céu, víamos a morte e a vida dançando, embaladas pela lua e a outra pelo sol




¹ Eu vi o meu amigo no campo,
Só durante pouco tempo nós estivemos a falar
Mas o suficiente para o orvalho a minha grinalda molhar
.

4 comentários:

Hugo Marcelo disse...

Grande Camila,

Muito legal seu texto.
Gostei do seu poema.

Um grande abraço,

Hugo Marcelo

Camila Numa disse...

Pois o poema não é meu Hugão!
É um poema bem popular que a Svetlana se apegou!
hahahahahahhaa
^^

dklautau disse...

Affe!!! Basta ficar sem ver dois dias e olha o que acontece!!!

Vai corrigir prova menina!!!


Gostei bastante. Só com paixão mesmo pra enfrentar a dita civilização...

Camila Numa disse...

Prova já corrigidas e AV3 pros alunos em seminário!
hahahahahahahha
Agora tenho que terminar um projeto pro final da semana.