19 de janeiro de 2011

Svetlana Olen ¥ Cap. 7 – Enfim, Verbena

¥ Svetlana Olen ¥ 

Conversa íntima


Finalmente. Comecei então a compreender a forma e a matéria das coisas. Havia chegado à hora de poder então evoluir naturalmente, sem ter que perguntar, mas sim sentir.
Minha ansiedade alterava meus sentidos, me fazia perder o foco, ter medo e dúvidas. As minhas respostas estavam sempre em mim. Dentro de mim. No momento de perdas, dores e anseios, bastava olhar para dentro e compreender a natureza das coisas.
Meu ser passou então a entender os métodos, acreditar nas minhas idéias, respeitar o ciclo da vida, amar a arte vital, observar, compreender, repassar! Questionar sim, mas jamais duvidar.
Meu caminho já está escrito, terei o controle somente de medi-lo, mas jamais de controlá-lo. A morte faz parte da vida, mas até chegarmos a ela, teremos muitas missões a cumprir, executar.
Terei que me dedicar aos meus ancestrais como tal, nasci para isso. Minha vida na cidade já está morta. Lá não há vida. Somente vivos não despertos que mal sabem sentir a força que pode vir da natureza. É uma pena, porque são seres curiosos se deixando facilmente serem controlados.
Devemos recorrer ao nosso ser primitivo que encontra-se em contato com a nossa criação. Lá é possível encontrar um lugar adaptado a nossas necessidades e recuperação.
O exercício do prazer fará a compreensão e facilidade das respostas naturais virem de forma mais compreensível e sutil. O desejo faz com que se sinta a energia de Gaia, sentir a força da Terra, o apoio dos deuses, a satisfação do rito. Ele é a nossa arte carnal. Nós, mulheres, somos sem dúvida mais fortes por sermos capazes de suportar dores e ter o poder da procriação. Os homens são fundamentais pra dar continuidade naquilo NÓS CRIAMOS, CULTIVAMOS E PROTEGEMOS.
Rogo pela saúde de Gaia. Sinto o batimento dela todos os dias. Eles me guiam e me fortalecem. A energia oferecida por ela faz de mim uma de suas essências terrestres. Sua vitalidade cura minhas feridas e fará com que possa transmitir, futuramente, a sua energia afim de cura a uma outra pessoa. Ela me trás a saúde perfeita para conjurar o mal que possa a vir prejudicá-la e farei de tudo para preservar o seu legado.
Meu credo na Luz e na Treva nasceu no momento de meu nascimento, laço com meu amado Destino. Acredito no bem, mas também no mal. Reconheço a força da vida e na certeza da Morte. Acredito na vivacidade da cura e no poder de um doce veneno.
   

4 comentários:

Hugo Marcelo disse...

Grande Camila,

Gostei muito deste texto, principalmente do final. De onde veio a inspiração deste parágrafo? Ele é muito forte...

Hugo Marcelo

Camila Numa disse...

Veio dos textos que tenho lido sobre ser Verbena. De acreditar na vida e na morte, etc.
^^
Valeu Hugão!
Mas kd teus textos, hein???
Tô esperando...
=D

dklautau disse...

D. Camila, seu e fosse pedir uma resenha sobre ser verbena, pediria a você. A concepção natural do Bem como a vida temporária e o Mal como o encerramento dessa vida,s eja pela morte seja pelo sofrimento, é a síntese do paganismo e do pensamento tribal.
Claro que as coisas complicam quando você sai do aspecto físico, como matéria, mente e emoções, e vai para o aspecto metafísico, que compreende atributos eternos como alma postmortem e consciência que perdura deopis da morte. Essa diferença entre, por exemplo, a filosofia grega, o cristianismo e as filosofia orientais. porém, para a Verbena, o mal é integrado no ciclo da vida como necessidade para a vida. Só se faz adubo com bosta. Por isso, o mal é o pré-requisito do bem, e vice versa, como um ciclo integrado das estações, ou como uma cópula apaixonada, onde o desejo mistura violência, posse, carinho e doação.
Parabéns pelo texto, e obrigado por nos brindar com ele.
Está chegando dia 12.

Camila Numa disse...

"Só se faz adubo com bosta".
Eras, amei essa parte!
É mt bom receber incentivos do Hugo e de ti!
Obrigada e só tenho a agradecer a vocês por terem nos convidado, pois até então não fazia idéia do que era Mago...
^^