2 de dezembro de 2011

Cap. 31 – Mudança de comportamento

¥ Svetlana Olen ¥ 

Depois de tudo aquilo que havia passado, era necessário continuar. 

Confesso que ainda tive muitas noites de pesadelos e jurava vingança um dia. Sonhava sempre que acordava em um outro lugar símile aquele que acordei com Pedro me olhando. As vezes via vulto me seguindo e querendo me dominar a força.
   
As vezes me encontrava dormindo em um barco sendo levada até ele...
    


Não era somente a minha vida Magi que havia mudado. Mas a "humana" também.
Meu pai estranhou minha nova forma de se comportar e de me arrumar. Vestia agora capa comprida, roupas mais largas para esconder meu corpo. Nada de espartilho.  Parecia mais um frade com rosto de menina.

Papai ainda tentava fazer casamento arranjado, mas sempre no final dizia que não queria porque pretendia um dia me casar por amor. Ele acabava cedendo as minhas lágrimas e dramas. Sabia exatamente o que fazer para desistir de sua idéia maluca, nem que fosse por algumas semanas.

 
Ele não compreendia que meu corpo havia se tornando um lugar sagrado onde tinha sido tocado pelo fogo e depois purificado pela água. As transformações na qual sucumbi só se passam uma vez na vida. Não tem como suportar uma segunda vez.

Minha essência vital foi roubada por um ser medonho. Isso me fez não achar mais graça em ser olhada pelos italianos e confessor mesmo que aquilo me irritava! 

Muitas vezes colocar o capuz para evitar ser admirada. Preferia evitar olhares, toques ou declarações que pudessem me fazer sentir asco.

Os homens não me encantavam mais, nem mesmo as mulheres. Não havia nenhuma hipótese de querer ter qualquer relação com eles. Não havia mais a sede dentro de mim, não havia mais fome, nem desejo.

Um pacto em mim havia sido quebrado: aquele da vida. Para viver tive que encontrar prazeres em outras coisas, como por exemplo em minha missão. 

Havia algo maior a ser feito e eu faria parte daquilo. Não foi por mero acaso tudo aquilo que acontecera. Estava presa em um casulo até poder agora, voar e me transformar em algo grandioso! 

Faria o meu possível para todos aqueles que estavam no campo de morte em meus sonhos pudessem ser livrados daquele final. Me concentrava em que cada espaço de meu corpo fosse preenchido por determinação e culto a todos eles.

Aprendi a controlar a energia vital que havia em mim e em certas coisas. Aprendi a controlar o fogo e a não temê-lo! Aprendi que meu ódio era algo que deveria esperar, mas sendo cultivado. 

Freia me olhava de forma diferente agora. Ela foi a única a sentir e a compreender toda a dor e renascimento que havia passado. 



Um dia haveria de matar aquele que foi o responsável por tal transformação de mim. Esperaria como uma viúva negra por aquele que um dia fecundou-a com seu veneno, para em seguida destilá-lo com minhas novas presas...
   
   
   

3 comentários:

Hugo Marcelo disse...

Svetlana amadureceu; adentrou a fase adulta da vida.

O ritual de purificação também foi um "rito de passagem". Entrou verbeninha e saiu VERBENA!

Hugo Marcelo

Camila Numa disse...

Pois é Hugão.
Depois de tudo, pensei bem e ela não teria mais como ser Sensualista.
Daí a melhor opção que me veio a mente é Destino.

;)

dklautau disse...

O ódio é sempre uma força motriz. Cuidado com o ódio pelo Pedro porque talvez seja justamente esse ódio que ele queira que você siga. Come to the dark side!!!