Cap. 25 – Sem remetente.

¥ Svetlana Olen ¥ 

Havia já se passado um mês inteiro e sem nenhum contato com os Magis da cidade. Contanto quando menos esperava, recebi uma carta sem remetente que me convidava para conhecer a Taverna Domus.

“Seria possível alguém ter lido meus pensamentos? Creio que não... deve ser mais um da lista de meu pai para se transformar em meu marido!”. Mesmo a deixando sobre a minha mesa, tive uma intuição estranha mediante aquela carta!

Estava cansada de ter a culpa de fracasso carregando no peito quando decidi fazer algo naquela manhã, enquanto a noite do encontro não chegava.

Enquanto meu pai partia para trabalhar como de costume, desci a rua e fui visitar a parte mais do sul da cidade. Depois de cruzar várias ruelas e trocar olhares com vários homens me deparei com uma igreja muito interessante, a Ognisasnti.

Vazia pela manhã, o que não me aparecia ser algo normal para uma cidade com uma igreja. Fui adentrado e ao passar pela nave, vi a grandiosidade do local. Era uma igreja pequena, mas muito carregada de desenhos e ouro pelas paredes, forro e altar.

Me ajoelhei e fiz o sinal da cruz ao me deparar com um jovem frade que me sorriu docemente. Seu perfume angelical e puro me fez arrepiar. Ele tão jovem quanto eu, me fez pressentir uma indecisão de sua parte, ao me olhar, de sua vida de castidade.

“Prudência Svetlana!", lembrei-me e abaixei minha cabeça, seguindo meu caminho. 

Ao me encontrar sozinha no salão, me posicionei em um dos cantos da igreja. Ao invocar magia, pude sentir e ver dois pontos que chamaram minha atenção!

Um parecia a mesma Taverna da carta, a Domus. E a outra era uma igreja, creio Santa Maria Novella. Aquilo me deu um animo que cheguei a vibrar com um pequeno grito! 

Só podiam ser eles! Agora qual escolher? Neste pensamento, fui caminhando mais a dentro da Ognissanti seguindo para uma escada que me "chamava".

Revi o jovem frade que me pediu para sair dali, pois era um lugar reservado. 

Ao me virar, já desistindo de prosseguir, um homem todo de preto sorriu e disse a mim: “Venha” segurando minha mão. Sua mão era muito alva e pudia sentir os ossos de seus dedos amassando os meus...

O frade, ao olhá-lo, embora antes não me deixasse passar para adentrar na torre, afastou-se e se virou como se não nos tivesse visto. 

"Provavelmente ele era uma pessoa muito importante na cidade.", pensei.

Fomos subindo até chegarmos ao topo da torre. De lá se via grande parte da cidade.

“ Sou Pedro. E assim como você sou um desperto. Peço desculpas pela minha falta de educação, esqueci de informar que eu seria aquele quem havia lhe convidado para a noite na minha Taverna”, me falou beijando minha mão. 

Aquilo havia mexido comigo. Aparentava ser muito sensual, mas também educado com suas palavras. Me atraia...

"Magi!" pensei. Então havia enfim conhecido um Magi naquela cidade! Demorou, mas encontrei um perdido naquela imensidão de cidade.

“Precisa ter cuidado senhorita, aqui há vários perigos que há fazem correr riscos! Percebe-se que és novata por aqui. Deixe-me ajudá-la! Será bem mais fácil quando se há pessoas com eu por aqui.” Disse Pedro sendo muito cuidadoso...

Ao olhar profundamente em seus olhos, senti algo estranho. "Será que ele está mexendo comigo? Ou será que é somente a emoção que não seria uma perdedora?". 

Aquela pessoa frente a mim seria meu guia na cidade. "Onde estão os outros?". E mais uma vez seu olhar me penetrou fazendo com que meu corpo respondesse a uma sensação de calafrio e desconhecimento. Fui tomada pelo sentimento malévolo de quando deixei a carta em cima da mesa.

“Devo ir senhor. Obrigada e conte comigo para o encontro! Infelizmente não posso mais tardar, tem pessoas esperando por mim!”, respondi em um tom calmo, embora tivesse várias dúvidas na cabeça que me fizeram perder o senso da razão naquele momento...