2 de dezembro de 2011

Bem aventurada Rayya


Aquele dia foi muito especial para Rayya. Aos 15 anos sabia que aquilo estava para acontecer. Aliás, já era para ter acontecido. O mesmo já acontecera com suas irmãs mais velhas e suas primas. Sua mãe, Bahiya Malika,  já a havia prevenido para ter sempre um grande lenço de algodão ao alcance. Estava preparada.


Por entre as pernas sentia o calor do sangue que começava a manchar sua roupa. Rapidamente corre para o quarto e o lenço de algodão testemunha sua primeira “regra”. Um misto de medo e alegria brotavam em seu coração. Um ciclo da sua vida estava se fechando. A infância não mais lhe pertencia. Era “mocinha”.

“Agora não sou mais criança. Abdul Aalee vai ter que me respeitar.” - Pensava. Seu irmão mais velho, embora gentil e cavalheiro, sempre o irmão mais velho.

“Ja posso me casar!” - Um leve sorriso “malicioso” denunciava seus desejos mais secretos.

Rayya pegou outro lenço.

“Preciso contar pra minha mãe.” - Ela não se aguentava de tanta ansiedade. “Será que meu pai já pensou em algum pretendente para mim? O filho do sheike Ramiz é bem afeiçoado e tem braços fortes.” - fantasiou.

Ao olhar pela janela, vê seu meio-irmão Abdul Alim. Ele se dirige para o chafariz, procede a abdulação.

Rayya pega mais um lenço. A tarde estava fria.

2 comentários:

dklautau disse...

Hum... vejamos o que vai sair desse encontro entre os irmãos...

Hugo Marcelo disse...

Todos os fiéis à Allah(swt) se reencontrarão.