24 de outubro de 2011

Cap. 15 – O encontro com a morte.

¥ Svetlana Olen ¥ 

Na semana passada, escutei meus instintos e saí daquela Taverna onde havia deixado aquele homem que me olhava estranhamente. Teria que ser mais sensata nas horas e nas escolhas. Quando meu pai decidiu ir para na cidade de Milão realizar suas trocas de mercadoria, aproveitei naquela tarde para dar um passei e conhecer as proximidades. Havia ainda muita pobreza e sujeira, mas com pessoas bem mais calorosas no sorriso. Isso me encantava.



Às 20h, deixei mais uma vez meu pai dormindo para dar uma volta nas ruelas próximas à Hotelaria. Não havia quase ninguém nas ruas. Especialmente mulheres.

Ao virar uma esquina, me deparei com uma respiração ofegante, surpreendendo-me.

Ao me puxar para um canto, o reconheci. Era ele, o mesmo das outras noites.

-“O senhor deveria ter mais precaução ao me seguir!” Disse com uma voz maliciosa.
-“A senhorita deveria me acompanhar.” Respondeu com uma voz controlada.
-“Ora, isso não é de meu perfil. Sou uma donzela, então há de convir que não posso ser vista saindo com o senhor sozinha! Chamarei um de meus criados para nos acompanhar!”. Nesta hora, fui caminhando na direção oposta pela qual me puxou.
-“Ora, ora, me acompanhe agora!” Disse ele me puxando pelo braço adentrando em uma porta de uma taverna.

Quando entrei, as pessoas pareciam ter bebido tanto que estavam lentas em seus movimentos, vozes. 


“O tempo!  É isto! Já havia visto Vitilija acelerar e desacelerar o tempo!" Pensei

Na mesma hora, o empurrei e ao abrir a mesma porta pela qual havia entrado, notei que não se tratava do mesmo local no qual havia entrado! Como pudera? Tinha certeza disto! Afinal, não haviam outras portas...

Tentando me livrar daquele Homem, comecei a correr na floresta que havia aparecido em minha frente. De repente, sem medo algum, me virei e comecei a jogar as gemas no chão que começaram a subir em espiral até se alinharem na minha frente. Com meus movimentos de mão, o carreguei e o fiz subir pelo ar e rodar bruscamente de um lado para o outro.

-“Svetlana, contenha-se! Não percebes que não vim aqui para te atacar?” - Ele gritou!

No mesmo momento, parei e o fiz cair de uma altura de mais ou menos 8 metros.
-“Quem é você? Estou avisando, se tentar algo contra a minha vontade, eu lhe jogarei para mais alto e mais longe e farei com que sua pele suma, lavada com o sangue de seu corpo!” - Disse levantando as gemas mais uma vez e alinhado-as.

Ele se levantou, e ao se ver banhado de sangue devido à queda brusca. Ele riu. E por um momento fiquei com pena dele, achando um pobre coitado demente.

Ao ouvir uns barulhos de tic-tac aumentando, que anteriormente não havia escutado, ele tornou a me puxar pelo braço e me fez seguir seus passos.

-“Apesar de termos pontos de vista muito diferentes, Ausra me pediu para proteger seu caminho caso você se excedesse. Devo impor limites! Agora chega! Faltam duas semanas para você chegar ao seu destino. Já tive que cuidar dos 13 dos 15 homens com os quais deitou! Os outros dois morreram logo depois de você ter saído. Ainda não aprendeu o verdadeiro sentido de ser meticulosa?”
Naquela hora fiquei sem palavras, embora continuasse a correr. Aquele estranho já sabia o que eu vinha fazendo onde e a que horas. Ele tinha razão. Não sabia ser cuidadosa. Aliás, bem longe disso...

-“O que aconteceu com os outros?” – Perguntei com o ar gelado me rasgando a garganta enquanto me desviava de alguns galhos.

-“Mortos! Matei todos enquanto dormiam. Não poderia haver um só indício que uma Bruxa estaria pela redondeza. Isso atrairia os olhares do Dedaleanos. Agora preste atenção. Há de convir que tem que ser mais cautelosa! Estarei sempre atrás de você, mas não suportarei mais seus atos de uma garota ingênua! Faça jus ao seu Cray!”.

Fiquei em choque. Parei de correr.
Todas as pessoas com as quais me deitei estão mortas? Como ele foi capaz? Ainda dormindo ele os matou a sangue frio. Os Deuses não me perdoarão...

Ele olhou para trás e voltou para me pegar. Ao olhar para ele, sentia um vazio, como quando se olha quando um animal já está morto. Seu odor quando se aproximava era de coisa podre, apesar da sua aparência bem vestido. 

Aquele homem me causava certa dúvida entre o ser bom ou ruim. Como poderia matar aqueles inocentes com tanta facilidade? 

Os tic-tac aumentavam, barulhos de explosões cada vez maiores e engrenagens se faziam presentes com barulhos de metais e tiros...

- “Vamos logo! Ou não chegaremos ao seu destino!” – Disse sem se incomodar com o meu olhar de nojo. “Me chame de Bruno”.

Ele me segurou mais uma vez pelo braço e ao chegarmos a uma clareira na floresta, apitou uma peça dourada com desenhos de folhas, e por trás de nós, senti um rajar de vento. Era um Unicórnio negro e que possuía duas vezes o tamanho de um cavalo normal.



-“Suba! Rápido! Eles podem chegar a qualquer momento! Não podem imaginar que estávamos por aqui!”.

Ao olhar o caminho que percorríamos, me fez lembrar um pouco minha cidade natal. O odor era diferente, mas a densidade da floresta no verão era a mesma. 

Havia pequeninos e gigantes por lá que corriam na direção oposta a nossa, todos armados. 

Havia um sentimento de diferença e igualdade com os que conhecia sobre aquelas criaturas e ele. 
Não sabia o que pensar, onde iria parar, mas sem dúvida alguma, aquele homem tão negro me levaria até lá.
    
    

6 comentários:

Hugo Marcelo disse...

Oi Camila,

Muito bacana este texto. E
Estou curioso pra saber quem seria Bruno: um unseeli, um garou ou um mago?

Parabens!!

Hugo Marcelo

Camila Numa disse...

hahahaha
Até neste momento Svetlana tb n sabia!!!
^^

Camila Numa disse...

Ah sim, obrigada Hugão por colocar os tópicos na Svetlana.
Não consegui fazer isso sozinha!
=(

dklautau disse...

Agora eu fiquei curioso!!! Um misteroso protetor!!! Isso foi inusitado!!!

Agora a d. Numa tem obrigação de explicar isso!! Excelente descrição do unicórnio e do ataque dos feéricos! Não creio que um unseliee, tavez um redcap mesmo ou um nooker.

Fiquei curioso!

Fabi Dias disse...

Bora organizar isso tudo nem livro!!!
Nosso blog está muito rico!!!
Bjoks

Camila Numa disse...

Tá ficando mesmo Fabi!
Todo mundo tá botando pra quebrar por causa do medo da próxima mesa!!!
hahahahahhaa