Mecca…
Como havia sonhado com este momento. Apesar de distante como uma miragem, já sentia a energia da quintessência que emanava da Kaaba [1]. Por Allah (swt [2]), o poder desta cidade sagrada é impressionante, quase inebriante. A paz e a esperança que sentia era um sentimento único, inexplicável, como se Allah (swt) fizesse morada em meu coração...
-Podemos ir agora tio Hasan? – Precipitou-se Abdul.
-Podemos ir agora tio Hasan? – Precipitou-se Abdul.
-Ainda não, deixe-me fazer minhas orações. – Respondi um tanto impaciente.
Valendo-me dos meus conhecimentos sobre o "espaço", projeto minha visão para dentro da cidade. Por entre as ruas e vielas as pessoas caminhavam calmamente, aparentemente nada de anormal... Todo cuidado é pouco. A “Ordem da Razão” está a cada dia mais infiltrada nas estruturas da sociedade, inclusive no oriente. A "Teia da Fé" nos alertou sobre gabrielitas que se infiltraram nas hordas de cruzados e que agora se articulam para dominar Jerusalém. Até mesmo alguns expoentes cientistas islâmicos se tornaram acólicos de artesãos. Renomados “scholars”, estudiosos da matemática e trigonometria, agora se associam à maçônicos. Como uma erva da ninha, dedaleanos e seus aliados proliferam desrespeitosamente.
Mas neste momento minhas preocupações são outras. Temos inimigos ainda mais ardilosos, abomináveis criaturas da noite, seres amaldiçoados, sem esperança, e muito perigosos. Abro meu terceiro olho para ver a áurea das pessoas que transitam pela cidade. Nem mesmo os adormecidos estão indiferentes ao poder da Kaaba. Acho que nunca vi áureas de um branco tão esplêndido, encandeante, ou de um azul tão puro. Almas incendiadas pela beleza de Allah (swt). Observo o jovem Abdul, sua áurea resplandece a pureza de seu coração, mas vejo como que pequenos pontos cintilantes que reluzem, que dançam e celebram a maravilha da criação de Allah (swt). Seria Abdul um mago a ser despertado? Bem... Deixo isso aos cuidados de Allah (swt), que sua vontade suprema seja feita.
Mas neste momento minhas preocupações são outras. Temos inimigos ainda mais ardilosos, abomináveis criaturas da noite, seres amaldiçoados, sem esperança, e muito perigosos. Abro meu terceiro olho para ver a áurea das pessoas que transitam pela cidade. Nem mesmo os adormecidos estão indiferentes ao poder da Kaaba. Acho que nunca vi áureas de um branco tão esplêndido, encandeante, ou de um azul tão puro. Almas incendiadas pela beleza de Allah (swt). Observo o jovem Abdul, sua áurea resplandece a pureza de seu coração, mas vejo como que pequenos pontos cintilantes que reluzem, que dançam e celebram a maravilha da criação de Allah (swt). Seria Abdul um mago a ser despertado? Bem... Deixo isso aos cuidados de Allah (swt), que sua vontade suprema seja feita.
Infelizmente não tenho mais tempo, preciso me concentrar na minha missão. Apesar de ter a convicção de que deveria conduzir Abdul à Mecca, intuição confirmada por suas visões, uma clara indicação da vontade de Allah (swt), me preocupo com sua segurança... Que Allah (swt) nos proteja e me dê forças para cumprir com seus desígnios.
-“Eu vim para secar os que estão molhados e incendiar os que estão secos”. – Recitou a meia voz.
-O que disseste tio Hasan?
-Eu disse: vamos sobrinho, pois o tempo urge. – Exclamou enquanto se levantava e iniciava marcha rumo a Mecca.
-Por que?
-Temos que estar na Kaaba ao por do sol.
Após alguns minutos de caminhada em silêncio, perguntou Abdul:
-Tio Hasan, por que o senhor abandonou a Jihad?
Ele parou por alguns instantes, olhou em direção do horizonte, voltou-se para mim, sorriu enigmaticamente e respondeu:
-Esta é uma pergunta importante... Eu estava nos arredores de Jerusalém, os cruzados estavam em vantagem, a derrota era iminente. Nossos generais ordenaram uma retirada, mas eu me recusei. Preferiria morrer a admitir a possibilidade de recuar, confundia meu orgulho com a vontade de Allah (swt). Fui atingido por uma lança que transfixou meu tórax direito, veja... – Falava enquanto mostrava as cicatrizes correspondentes ao orifício de entrada e saída da arma branca.
-Allah (swt)! – Exclamou Abdul.
-A morte era iminente. Comecei a orar, invocando Allah (swt) para que perdoasse meus pecados e me acolhesse no Jannah [3], se fosse de sua vontade. Estava desfalecendo, minha visão estava turva, quando vi um ponto brilhante descendo do céu. Foi se aproximando, e pude ver um homem alto, forte, vestido com uma túnica impecavelmente branca. Com voz doce, porém incisiva, me disse “Assalam-u-Alaikum [4], fiel servo de Allah (swt). Al Rahman [5] se compadeceu de ti e prolongará seus dias na terra e, para que o sirvas de forma mais perfeita, te revelará a verdade”.
-Então ele apontou sua espada para mim e um clarão me ofuscou. Quando abri os olhos eu estava à beira de um oásis, ele não estava mais lá, mas ao meu lado um homem magro, sentado, cantava uma Dhirk, frases de adoração à Allah (swt). Parecia estar “fora de si”, como que embriagado...
4 comentários:
Dr. Hugo. Essa é uma das melhores postagens que já li. Fala pela completude, diversificação multimídia (mandou bem na música, e pelo nítido aprofundamento no universo de Mage Sorceres Crusade.
Foi digno de Meca. Estou impressionado com os nomes, as citações em árabe (até o bismillah do ishmael apareceu!!!).
Parabéns!
Grande Diego,
Obrigado pelo comentário, fico feliz que tenha gostado do poster.
Estava ficando uma postagem um pouco grande, por isso separei em parte 1 e 2. A parte dois vou tentar me concentrar nestes pontos que vc gostou... Hehehehe
Hugo Marcelo
Aeee Hugão,
Isso vai dar um livro!!! rs....
Quase entrei em transe, lendo e ouvindo o mantra!!!! hehehe...
Bjos
Oi Fabiana,
Obrigado!!
O que vc chama de entrar em transe, os Sufis chamam de "intoxicados por Deus". Hehehe
Hugo Marcelo
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